Com fúria e raiva acuso o demagogo
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra
Sophia de Mello Breyner Andresen
E o seu capitalismo das palavras
Pois é preciso saber que a palavra é sagrada
Que de longe muito longe um povo a trouxe
E nela pôs sua alma confiada
De longe muito longe desde o início
O homem soube de si pela palavra
E nomeou a pedra a flor a água
E tudo emergiu porque ele disse
Com fúria e raiva acuso o demagogo
Que se promove à sombra da palavra
E da palavra faz poder e jogo
E transforma as palavras em moeda
Como se fez com o trigo e com a terra
Sophia de Mello Breyner Andresen
Ilustração Abraão Vicente, da série "Rompendo o silêncio"
Poema Agnetikon: forte que encaixa como uma luva neste circo e noutros por este Mundo fora.
ResponderEliminaro demagogo que se promove à sombra da palavra...! Hum, faz-me definitivamente lembrar alguém!
ResponderEliminara) RB
Tchalé, sem dúvida.
ResponderEliminarRB, há muitos, há muitos!
" a incompletude e' a nossa imperfeixao"
ResponderEliminarManuMoreno
Kel abxom di kuraxom!!
Muito obrigada pelo poema.
ResponderEliminarmoreia
Palavra, dom singular...
ResponderEliminarDo que somos, a metade!
É forçoso decretar
Que só a use a verdade!
Zito