
Como eu desejo a que ali vai na rua,
tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...
Desejo errado... Se eu a tivera um dia,
toda sem véus, a carne estilizada
sob o meu corpo arfando transbordada,
nem mesmo assim, ó ânsia!, eu a teria...
Eu vibraria só agonizante
sobre o seu corpo de êxtases dourados,
se fosse aqueles seios transtornados,
se fosse aquele sexo aglutinante...
De embate ao meu amor todo me ruo,
e vejo-me em destroço até vencendo:
é que eu teria só, sentindo e sendo
aquilo que estrebucho e não possuo.
Mário de Sá-Carneiro
liiindoooo!!!!
ResponderEliminardexam manda um palavriadu:
Lagrimás di lembrança
vóz di sodadi na murmuria
bebo de um trago
que a morte é o assocego
Stranhu dor é sólidón
é badja morna á um
é desejar sem provar
é querer, não poder
Korpu di méu
alma di kré-tchéu
nas asas de um passarinho
la se flutua o meu espirito
kel abçom di kuraçom!!!
ManuMoreno
Poizé!
ResponderEliminar:)))
Quente! No tema e na sua expressão! Dá para uma pessoa reconhecer-se nestes versos pois desejamos sempre o que não possuímos....
ResponderEliminarManu, Mdsol e Tina, obrigado pelas marcas deixadas nesta fantástica poesia.
ResponderEliminarOh João, ler Sá-Carneiro pelas mãos dos outros que, como eu, se deliciam com as suas palavras, enternece-me tanto. Grande momento, grande poema e, porque não, grande imagem!
ResponderEliminarAbraços*