28/05/09

Intervalo Amoroso



O que fazer entre um orgasmo e outro,
quando se abre um intervalo
sem teu corpo?

Onde estou, quando não estou
no teu gozo incluído?
Sou todo exílio?

Que imperfeita forma de ser é essa
quando de ti sou apartado?

Que neutra forma toco
quando não toco teus seios, coxas
e não recolho o sopro da vida de tua boca?

O que fazer entre um poema e outro
olhando a cama, a folha fria?

Affonso Romano de Sant'Anna

Fotografia de Anton Martynov (via: Jumento)

7 comentários:

  1. lindo... e a esse propósito, lembrei-me disto...

    EU TE AMO
    Chico Buarque (Brazil) - 1980


    Ah, se já perdemos a noção da hora
    Se juntos já jogamos tudo fora
    Me conta agora como hei de partir

    Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
    Rompi com o mundo, queimei meus navios
    Me diz pra onde é que inda posso ir

    Se nós, nas travessuras das noites eternas
    Já confundimos tanto as nossas pernas
    Diz com que pernas eu devo seguir

    Se entornaste a nossa sorte pelo chão
    Se na bagunça do teu coração
    Meu sangue errou de veia e se perdeu

    Como, se na desordem do armário embutido
    Meu paletó enlaça o teu vestido
    E o meu sapato inda pisa no teu

    Como, se nos amamos feito dois pagãos
    Teus seios inda estão nas minhas mãos
    Me explica com que cara eu vou sair

    Não, acho que estás te fazendo de tonta
    Te dei meus olhos pra tomares conta
    Agora conta como hei de partir

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  2. O que fazer, pois?

    Se isto fosse só para adultos, dir-te-ia...

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  3. Manu Moreno28 maio, 2009

    lindo Djonsa: confesso que tocou meu coração a ponto de envolver a minha alma, o meu corpo e meus sentimentos...rs...rs...!!!

    Por isso dexam alimenta nha alma ku mais um palavriadu!!!

    O ESCRAVO

    Ela despiu-se diante do escravo
    Por não considera-lo um Homem
    Inúmeros factos não sucederam
    Porque, o escravo era um humilde servo

    O escravo sentia-se um pouco desarmónico
    Tudo era destoado ao primeiro relance
    A vontade pairava no cubículo
    Sua senhoria começara a masturbar-se

    Era impossível resistir ao querer,
    O escravo querendo fazer crer
    Decidira aprumar-se, por ser Homem
    Começou a faze-lo por conta de outrem

    A alma continuava atormentada
    A força e o muscular Africano
    Chegara a precisão da sumosa vagina
    …findo o sexo, o escravo continuou escravo…

    KEL ABÇOM DI KURAÇOM!!!
    ManuMoreno

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  4. LINDO!

    Beijos.
    Tamara - CAFÉ COM GATO.

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  5. Lindo, Catarina;

    Anónimo, e porque não agora?

    Manu, belo poema!

    Obrigado, Tamara! Kiss.

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  6. Afinal, tudo pode ser escrito da forma mais explícita possivel, sem subentendidos mais ou menos parabólicos para fugir á censura dos moralmene correctos...Basta saber faze-lo, em beleza!
    Zito Azevedo

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