24/03/09

A importância de saber chegar a casa




Parece tão óbvio, que até estranho que precise de ser dito e escrito:

"Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos.

Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar, largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles, para os saciar. Passados dez minutos eles próprios deixam os pais naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e dedicar-lhes toda a atenção.

Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia. Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos, impaciências e birras.

Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e, quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por chamar a sua atenção da pior forma. Por tudo isto e pelo que fica dito no início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor."

Texto recebido via mail

Comentário Cafeano: coitados daqueles que precisam de se esforçar para conseguir estar dez minutos com os próprios filhos...

11 comentários:

  1. Mais coitados, de certeza, os que nem sequer têm filhos!

    a) RB, anónimo por obrigação

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  2. Não esquecer que as crianças de hoje vão ser os homens do amanhã e a sua maneira de ser como adulto depende das influencias negativas ou positivas que receber da infancia

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  3. RB, esses nem sabem o que perdem. Mas os que tem e fazem como se não tivessem são os maiores perdedores desta história.

    Felina, nem mais.

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  4. Posso dar a mão à palmatória sem que me caiam em cima? Tb recebi esta notícia po email e tremi quando li... não que não soubesse, mas porque talvez me tenha esquecido! Quantas vezes chego a casa e ligo o computador e a televisão e vou vendo os emails enquanto vou falando com o meu filhote? O meu marido faz exactamente a mesma coisa... não é por mal, somos apaixonados por ele e nada mais importante há na nossa vida, só que tentamos fazer tudo ao mesmo tempo... recebi este email de manhã, à hora do almoço lá o fui buscar e pum... a bomba, a tia do jardim perguntou se estamos muito ao computador em casa, porque ele muitas vezes não se quer associar aos outros meninos porque "está a trabalhar no computador" (palavras dele)! Bendita partilha e grande abanão... desde há 3 dias que fazemos tudo diferente e é verdade... ele até que nem tem tanta paciência para nós... 5 minutos sem móvel, tv ou net... só música e dança - tem sido maravilhoso... tem 3 aninhos, ainda vou a tempo, não vou?

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  5. Belo e comovente relato, Sara. Obrigado pela partilha. Abraço grande, cheio de amizade!

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  6. é pá que comentário delicioso o da sara!!!!!

    Tão honesto!

    Revejo-me um bocadinho no que escreveste sara e vê tu que sou psicóloga educacional e passei muito tempo a aconselhar outros pais a fazerem este tipo de coisas. mas lá diz o ditado....em casa de ferreiro....

    A verdade é que ninguém é perfeito enquanto mãe ou pai. Acho que temos é que ir reflectindo um bocadinho sobre a nossa atitude com os filhos e a fazer pequenos desvios de rota em função disso! Eu farto-me de pensar sobre isso...e tantas vezes preciso de ajuda...

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  7. João
    Ontem "panquei" a ultima hora de trabalho e fui buscar minha filhota à escolinha. Fomos correr na pracinha e bricar no baloiço. Ela estava tão feliz, mas eu pela primeira vez fiquei com ciumes da babá dela, pois de 10 em 10 minutos perguntava por ela....

    Graças a Deus ela não gosta muito de TV, só se for para ver os desenhos animados, e vou tentar não vicia-la na caixinha mágica.

    Ontem em vez de ser eu a conta-la uma historia para dormir, fiz com que fosse ela a contar a mim :)

    Vou tentar repetir o dia de ontem mais vezes

    Obrigada por partilhares esse texto do post João

    Abraços

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  8. Obrigada pelo carinho, João e Catarina - sinto-me mal por terem chamado de "honesto" o meu comentário, pq não dei a minha verdadeira identidade, mas achei que não seria relevante para o caso e não queria expor o/a meu/minha rebento/a ;-)

    Sim, acho que enquanto pais/mães estamos "condenados" a errar, não é? Mas acho que enquanto pararmos para fazer balanços e reflectir sobre os nossos erros e estratégias, já é um avanço, não?

    Eu, sinceramente, sinto-me "abençoada" por terem chamado a minha atenção e por ter parado para mudar.

    Beijinhos aos dois

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  9. Eu já ganhei, e muito, em ter colocado este texto aqui. Quero agradecer em primeiro lugar a quem mo enviou. Estou muito emocionado!

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  10. Dexam manda um palavriadu pa tudu familia i sé Mininu!!

    Nha mininu

    Na-na-na
    Nha mininu
    N´ta lababu bu paninhu
    La na tina di vizinha
    La na kasa tiazinha

    Na-na-na
    Nha mininu
    N´ta sekabu bu paninhu
    La na korda di kintal
    Na ladu di nha bental

    Na-na-na
    Nha mininu
    N´ta n´brudjabu bu paninhu
    Bu paninhu labadu
    Bu paninhu tudu fresku

    Na-na-na
    Nha mininu
    Embrudjadu na bu paninhu
    N´ta fazebu sonu
    Na ladu bu paizinhu

    Oh...oh...oh-oh...oh...oh
    Oh...oh...oh-oh...oh...oh
    oh...oh...oh-nha mininu

    Kel abracinhu pa tudu mininu di familia margosu!!
    ManuMoreno

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  11. O meu pai sempre fez isso. Vinha a casa, íamos esperá-lo à porta, abraçáva-nos, perguntava-nos pelo nosso dia, fazia propostas deliciosas, do género de irmos à piscina, dar um passeio, fazer um lanche. É assim que se ganha a alculha de melhor pai do mundo.

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