
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir
de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny
Alguém duvida 'Que afinal o que importa é não ter medo'? Com o medo na direcção... nada se constrói! (haha) Isso tudo para dizer: belo texto de Cesariny
ResponderEliminarEu diria mais; belo texto de Cesariny!
ResponderEliminarHahaha! Que peça?
ResponderEliminarAssino por baixo e acrescento:
ResponderEliminarO que faz falta é avisar a malta
O que faz falta é animar a malta
O que faz falta é acordar a malta
O que faz falta é empurrar a malta
O que faz falta é agitar a malta
O que faz falta é libertar a malta
O que faz falta é dar poder a malta (Zeca Afonso)
a) RB, anónimo por obrigação
"Conde de Abranhos"!
ResponderEliminarRB, o que faz falta é... a malta! Quem completa?
Matar???
ResponderEliminarDemasiado definitivo! hehehe
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