
- Entre as tuas pernas
o mar revela-me estranhos recifes
rochas erguidas corais altaneiros
contra a minha gruta de búzios concha nácar
o teu molusco de sal persegue a corrente
a pequena água inventa-me barbatanas
mar da noite com luas submersas
tua ondulação brusca de polvo congestionado
acelera nas minhas guelras um latejar de esponja
e os cavalos minúsculos flutuam entre gemidos
enredados em longos pistilos de medusa.
Amor entre golfinhos
aos saltos lanças-te sobre o meu flanco leve
recebo-te sem ruído olho-te entre bolhas
cerco o teu riso com a minha espuma
ligeireza da água oxigénio da tua vegetação de clorofila
a coroa de lua abre espaço ao oceano.
Dos olhos prateados
flui longo olhar final
e erguemo-nos do corpo aquático
somos carne outra vez
uma mulher e um homem
entre as rochas.
Gioconda Belli, in "O mar na poesia da América Latina"
A mistura do ammor com o mar só poderia originar um poema lindo como esse. O poema lembrou-me muito uma letra de uma linda música da cantora Ana Carolina que é "Eu que não sei quase nada do mar" (http://vagalume.uol.com.br/ana-carolina/eu-que-nao-sei-quase-nada-do-mar.html)
ResponderEliminarVou investigar! Já sabes como eu sou... hehe
ResponderEliminarÉ, João,
ResponderEliminarSem palavras...
Nude
Sem dúvida...
ResponderEliminarAmiga sisi, eu fui lá no site da Ana Carolina e já me inscrevi grátis ( adoro essa palavra - GRÁTIS ) nas novidades, pois o site dela é no Universo On Line, o UOL, do qual sou cliente desde 1999...Ela, apesar de ser quase desconhecida, é uma boa cantora.
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