
O amor antigo vive de si mesmo
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino não nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e beleza
Por aquelas mergulhas no infinito,
e por estas suplanta a natureza
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor ...
Carlos Drummond de Andrade
Imagem: «Au Jardin du Luxembourg», de Alain Boussac
lindo...
ResponderEliminara incomensurável força do amor antigo, esse amor que não morreu com o tempo e as intempéries, e que atingiu o estatuto (sem retorno)de eterno... reconhecido e eternizado de forma poética pelo Drummond de Andrade. Esse 'amor antigo' não é para qualquer um! Só para 'eleitos'... de que 'malgré moi' não faço parte.
ResponderEliminarTchá, mas olha que se eleito não é brinquedo não!
ResponderEliminarJorge, lá iremos visitar-vos, com muito gosto.
Esse Carlos Drumond é mesmo qualquer coisa.
ResponderEliminarMuito profundo.
Sem dúvida! Ah Neu, e parabéns pela bela homenagem que fizeste ao grande Mestre da música cabo-verdiana.
ResponderEliminarlindissimo
ResponderEliminarse bo mestem pa algum cosa na Mindelact dá fala:)
beijos Mr. John
Obrigado, Maria! Toda a ajuda é bem vinda sim! Kisses
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