
1. Parece que não é desta, apesar deste ser o projecto recorrente e prioritário de toda a equipa do Ministério da Cultura desde há muitos anos. Segundo a Semana On Line, o Comité da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultural (UNESCO), que se encontra reunido no Canadá, deverá anunciar pelo menos 25 novos locais que passam a ser património mundial, entre eles Nova Guiné (com Kuk, sítio arqueológico onde se pode observar pelos menos 7 mil anos contínuos de exploração agrícola), São Marino (o seu centro histórico) e a Arábia Saudita (o maior local preservado da civilização dos Nabateus, em Petra). O Comité está desde dia 2 de Julho a escolher os novos pontos do globo com valor natural ou cultural. O caso de Cidade Velha, que disputa o mesmo estatuto, só será apreciado no próximo ano. Não se sabe o porquê desta não apreciação e deste (novo) adiamento.
2. Soube hoje pelo Paulino Dias, que o bilhete de entrada nos monumentos da Cidade Velha – sem dúvida um dos marcos mais relevantes que moldaram a nossa Cultura e Identidade e que todos os cabo-verdianos, sem excepção, deviam ter o direito e o prazer de conhecer - custa nada mais nada menos do que a módica quantia de 500 escudos... Fiquei pasmado, porque não sabia que o lugar estava assim tão valorizado!
3. Veio-me então à memória um post escrito por um blogueiro da nossa praça, não há muito tempo, em que se lia que se a Cidade Velha tem pretensão a ser Património da Humanidade, deve em primeiro lugar ser tratado como património nacional, ou seja, cuidar do lixo, do entulho, das construções clandestinas, enfim, do muito que continua a «sujar» aquela paisagem histórica. Tendo em conta o preço que andam a cobrar para se visitar os monumentos, meios não devem faltar para pôr ordem no lugar.
4. Vejam e revejam o documentário da Catarina Alves Costa, «O Arquitecto e a Cidade Velha», sobre o trabalho do Siza Vieira e o seu projecto de recuperação da vila. Não que defenda aqui a implementação integral desse projecto arquitectónico e paisagistico, até porque não o conheço (e quem conhece, realmente, o que foi proposto por aquele que é um dos mais conceituados arquitectos do mundo?). Mas vale a pena ver, para constatar a postura contraditória da população, para sentir as tensões entre quem vive e quem recupera, para, sobretudo, reflectir. Mal, não vai fazer.
2. Soube hoje pelo Paulino Dias, que o bilhete de entrada nos monumentos da Cidade Velha – sem dúvida um dos marcos mais relevantes que moldaram a nossa Cultura e Identidade e que todos os cabo-verdianos, sem excepção, deviam ter o direito e o prazer de conhecer - custa nada mais nada menos do que a módica quantia de 500 escudos... Fiquei pasmado, porque não sabia que o lugar estava assim tão valorizado!
3. Veio-me então à memória um post escrito por um blogueiro da nossa praça, não há muito tempo, em que se lia que se a Cidade Velha tem pretensão a ser Património da Humanidade, deve em primeiro lugar ser tratado como património nacional, ou seja, cuidar do lixo, do entulho, das construções clandestinas, enfim, do muito que continua a «sujar» aquela paisagem histórica. Tendo em conta o preço que andam a cobrar para se visitar os monumentos, meios não devem faltar para pôr ordem no lugar.
4. Vejam e revejam o documentário da Catarina Alves Costa, «O Arquitecto e a Cidade Velha», sobre o trabalho do Siza Vieira e o seu projecto de recuperação da vila. Não que defenda aqui a implementação integral desse projecto arquitectónico e paisagistico, até porque não o conheço (e quem conhece, realmente, o que foi proposto por aquele que é um dos mais conceituados arquitectos do mundo?). Mas vale a pena ver, para constatar a postura contraditória da população, para sentir as tensões entre quem vive e quem recupera, para, sobretudo, reflectir. Mal, não vai fazer.
500$00 a entrada. A ultima vez que lá fui eram 100$00.
ResponderEliminarTerá sido a crise mundial, a subida do petróleo? Ah ah
Agora, falando sério, de quem é essa bonita foto?
Por acaso não sei, mas merece uma investigação. Vou ver se descubro. Abr.
ResponderEliminarBem, parece que ainda não vai ser desta!
ResponderEliminarE dizer que vai estar sobre a mesa pr'ó ano... é, no mínimo, uma aventura. Nunca se sabe!
E no entanto, não há dúvida nenhuma, que o património Cidade Velha bem merece esse estatuto! ... algo vai mal!
Tchá
Há coisas que não entendo...
ResponderEliminarDesde meados de Junho (muito antes da remodelação governamental) que se sabe que a Cidade Velha não fazia parte dos monumentos apreciados este ano pela UNESCO. Aliás, a UNESCO anunciou, em comunicado de imprensa mundial, a lista das candidaturas aceites. Mas em Cabo Verde não houve eco disso.
A única candidatura do espaço lusófono aceite foi a da «Praça de São Francisco, de São Cristóvão, em Sergipe, Brazil que não logrou ver o seu monumento inscrito na lista.
O Monumento em causa tem grandes similitudes com a arquitectura colonial cabo-verdiana; a vantagem da Cidade Velha é o seu valor como memória. Espero que quem está a tratar da candidatura tenha isso em atenção.
Ainda continuo a insistir que os lugares de desova das tartarugas (Mindelo e Boavista) deveriam ser sujeitas à uma candidatura a património mundial, como lugar natural (atenção que é dos pouquíssimos lugares do mundo onde acontece a desova das tartarugas em vias de extinção e a necessitar de protecção).
Cabo Verde, com a Cidade Velha, só poderá ver o monumento como Património Mundial se a candidatura for aceite; depois é que decide se é ou não reconhecido. Este ano, foram aceites 34 pedidos à UNESCO para reconhecimento como património Mundial (cultural). Na próxima reunião, poderemos estar lá ou não.
A causa de não ter sido apreciado é, assim, simples: a candidatura não foi aceite este ano, ou 1) porque não foi apresentado em tempo ou, ainda, 2) não estava instruído com todos os elementos necessários. Mas há outra razão (3 - infra).
Mas, reitero, o facto da candidatura vir a ser aceite não quer dizer que venha a ser reconhecida. Espero que venha a ser – mas, na verdade, temo que a intervenção proposta por Siza Vieira retire valor histórico ao local, ainda que possa acrescentar valor social e turístico/económico ao mesmo. Espero estar enganado.
A nossa gente deve estar mais atenta e informada sobre estas coisas; em especial a comunicação social. Para não dizer o Governo que deveria dizer ao povo a verdade: (3) a candidatura ainda está em fase preparatória e que somente no próximo ano (?) é que a UNESCO dirá se a admite a decisão ou não.
Este ano a UNESCO adicionou à sua lista 27 novos lugares (19 culturais e 8 naturais). A lista pode ser consultada aqui: http://portal.unesco.org/en/ev.php-URL_ID=43067&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html
Abraço fraterno.
PS: Subscrevam a newsletter da UNESCO, creiam que é uma mais valia informativa.
Ah, 500$00! Sim, agora entendo porque a cultura já fez tanto pelo país. O cobrador de bilhetes da entrada na Cidade Velha deverá, dentre de dias ou em breve, receber uma medalha!, de certeza.
Virgilio, obrigado pelo esclarecimento. Eu sinceramente, não sei o que é mais grave: se é a comunicação social não saber disto e escrever as coisas como elas são, se quem de direito informar a opinião pública do que (realmente) se passa no que diz respeito ao «dossier Cidade Velha».
ResponderEliminarOh, João. It´s the Deivil´s choice.
ResponderEliminarAbraço fraterno
Outro, Virgilio, e mais uma vez obrigado pelos esclarecimentos.
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