
Mais uma vez vem aqui à baila esta mulher cafeana do Margoso que, afinal, vejam só, não é perfeita. Li um artigo no espaço Bitaites, sobre o famoso CD da doce Scarlett a interpretar o grande Tom Waits. E estive na FNAC. E ouvi o que aqui mesmo foi classificado como um dos acontecimentos do ano. Mas está-se sempre aprender. Nem tudo o que parece, é.
Então lá diz assim:
«À Scarlett Johansson (...) estamos sempre dispostos a perdoar-lhe tudo.
Tudo - excepto gravar um álbum com dez canções de Tom Waits e perturbar o catálogo do mestre da rouquidão poética e da copofonia filosófica com a voz mais vulgar e sonolenta de que tenho memória de ouvir, sobretudo se pensar que aquela voz que me aborrece até à exaustão é soprada pela mesma boquinha que tanto me quer espevitar até à exaustão. Disse ela aos jornalistas que o seu «maior medo» era Tom Waits detestar o disco. «Mas amigos que o conhecem fizeram-me saber que ficou muito satisfeito».
Eu percebo bem a resposta do Tom. Ficou satisfeito, mas não disse com o quê. Se a Scarlett estivesse deitada a meu lado na caminha cantando-me uma canção do Tom Waits ao ouvido, eu ficava muito, muito satisfeito - e também não seria necessário dizer com o quê.»
É caso para dizer: cuidado com as louras que se põem a querer cantar, quando tem (muito) jeito para outras artes. Não se deixem enganar...
«À Scarlett Johansson (...) estamos sempre dispostos a perdoar-lhe tudo.
Tudo - excepto gravar um álbum com dez canções de Tom Waits e perturbar o catálogo do mestre da rouquidão poética e da copofonia filosófica com a voz mais vulgar e sonolenta de que tenho memória de ouvir, sobretudo se pensar que aquela voz que me aborrece até à exaustão é soprada pela mesma boquinha que tanto me quer espevitar até à exaustão. Disse ela aos jornalistas que o seu «maior medo» era Tom Waits detestar o disco. «Mas amigos que o conhecem fizeram-me saber que ficou muito satisfeito».
Eu percebo bem a resposta do Tom. Ficou satisfeito, mas não disse com o quê. Se a Scarlett estivesse deitada a meu lado na caminha cantando-me uma canção do Tom Waits ao ouvido, eu ficava muito, muito satisfeito - e também não seria necessário dizer com o quê.»
É caso para dizer: cuidado com as louras que se põem a querer cantar, quando tem (muito) jeito para outras artes. Não se deixem enganar...
Há aqui uma parte que me fez lembrar uma pequena história de alguns bons anitos atrás.
ResponderEliminarEnquanto via o The crying game, dei comigo a pensar quase o mesmo que aqui é dito, mas o rumo foi diferente: que bom seria se a cantora/protagonista "estivesse deitada a meu lado na caminha cantando-me" the crying game. Chegado ao final do filme, com um bom susto mudei logo de idéias! Um excelente filme, quanto a mim!
Mas quem nunca ficou perdido na tradução!
ps: este blog é passagem obrigatória na minha ronda :-)
the crying game (http://www.imdb.com/title/tt0104036/)
Olha João, assim k pusseste aquele post sobre o album dela, fui a net ouvir os trechos das músicas do cd, porque como é óbvio a minha reacção foi "Scarlett cantando???", e sinceramente, ela é muito boa a representar, mas a cantar ou ela tem muito que aprender ainda ou ñ tem jeito nehum para a coisa.
ResponderEliminarAdoro a actriz, mas confesso que fiquei com uma espécie de nó no estômago quando soube, aqui, que havia, corajosamente, "ousado" cantar um dos meus gurús (Tom Waits e Chico Buarque...) - "é preciso coragem" - pensei... e fiquei com certo receio de ouvir o resultado.
ResponderEliminarEntretanto esqueci-me de tentar ouvir. Mas acabei por ler num outro blog amigo uma opinião tão parecida com a postada agora, que tomo a liberdade para partilhá-la:
"Parafraseando Woody Allen, não há nada mais bonito que o canto de um passarinho a acordar-nos pela manhã. É claro que se ele continuar a cantar por período maior que o desejável podemos ganhar uma dor de cabeça. Se o canto da avezinha for interminável, a vontade de lhe meter uma meia pela goela abaixo pode ser mesmo indomável.
De uma outra maneira: se é verdade que as plantas necessitam de água para sobreviver, encharcar-lhe as raízes do - cada vez mais - precioso líquido pode matá-las. Que é que isto tem a ver com o disco da starlet Johansson? Não faço puto de ideia, mas a primeira coisa que me vem à cabeça com a audição de "Anywhere I Lay My Head" é uma sinestesia: "encharcado em som".
David Sitek (TV On The Radio), o produtor, parece ser o grande responsável. Até um certo ponto, entende-se a linha de raciocínio. A voz de Scarlett não é a oitava maravilha do mundo e toca de imbricar o som em produção. Muitas das músicas de Waits são agrestes, outras são quase pequenos segredos, histórias que nada ficam a dever ao glamour. Ora, a primeira função de um cacto não é servir de distracção para narizes ou olhos alheios. E neste disco, aconteceu um pouco isso: cactos, cravos ou jacintos, todos ficaram a parecer rosas. [Já chegava de Botânica, digo eu...]
Em conclusão, querer pegar no jazz, no blues, no folk e tudo mais de Waits, misturar tudo no mesmo caldeirão, dissolver a mistura em pop dos 80's com um feel karaoke, e tirar de lá uma poçãozinha de "glam-pop" pode não ter sido a melhor ideia do mundo.
No mais, continuo a achar Scarlett Johansson uma das mais impressionantes conquistas visuais da Humanidade..." (www.androideparanoide.blogspot.com)
Eu, por cá, continuo sem ouvir...
Subscrevo. Delicioso. Como um bom café!
ResponderEliminarJoão, o gajo deu cabo da tua "religião", do teu fanatismo!
Eh,eh,eh ... na muge!
ZC
Olhem, pessoal, ainda não perceberam que este "braço a torcer" foi só um pretexto para poder colocar esta bela imagem da Scarlett no Margoso sem ser questionado pelo facto? e ninguém repara nisso? (hehe)
ResponderEliminarnão sei porque fiquei anónima... foi lapso!
ResponderEliminarO seu a seu dono, portanto, Catarina! Um abraço!
ResponderEliminar