17/06/08

Explicação (Post 500)





          Aqui está a minha vida.
          Esta areia tão clara com desenhos de andar
          dedicados ao vento.

          Aqui está minha voz,
          esta concha vazia, sombra de som
          curtindo seu próprio lamento
          Aqui está minha dor,
          este coral quebrado,
          sobrevivendo ao seu patético momento.

          Aqui está minha herança,
          este mar solitário
          que de um lado era amor e, de outro, esquecimento.

          Cecília Meireles


Nota: este é o post número 500 do Café Margoso. A efeméride só poderia ser assinalada assim. Com a poesia da palavra e da imagem. Obrigado a todos.


19 comentários:

  1. John, my friend, happy 500th post!

    Para mim, a bloguidade crioula tem um ante-johnwhite e um post-johnwhite (e tem johnwhite-posts).

    Long life to Margoso Coffe
    César

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  2. Grande César, a modéstia, que não a falsa, faz-me discordar, mas a gerência agradece o piropo. Abraço biandesco! JB

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  3. Muitos parabéns, mesmo! E que venham mais 500!

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  4. Vou tentar, Catarina. Se a clientela continuar com este speed, vou ter que aguentar o ritmo da coisa. Coisas que a cafeína tece...

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  5. 'Muitos parabéns, mesmo! E que venham mais 500!' Catarina dixit. Como tenho estado um bocado afastado... só me dou o direito de 'plagear'
    Fonseca

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  6. Sem querer parecer mal agradecido: e o poema (um hino)... e a imagem (um deslumbro). Ninguém comenta?

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  7. Mesmo se sou às vezes uma chata e teimosa, gosto do teu café preto ou com um pingo de leite. Obrigada João.

    Abraços verdes.

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  8. Joaõ.
    O poema é mesmo muito lindo.
    Serviu como uma luva ao meu estado de espirito do momento.

    Parabens pelos 500 post

    Vou passar a ler mais Cecilia Meireles

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  9. Moreia e Kuskas, obrigado pela fidelidade. Kuskas, a poesia da Cecilia Meireles é divina. Há muitos mais, do nivel deste post.

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  10. Go on, João.

    A última parte deste poema lembra-me um outro poema (uma mulher sentada entre o amante e o marido - de um lado tinha a face ruborizada; do outro, branca como a cal) de um dos meus livros e poetas preferidos (O Louco, de Khalil Gibrain).

    Ah, as mulheres!... São por natureza assim, deve ser por isso que nos fazem andar com a cabeça em roda viva.

    Abraço fraterno
    Virgílio

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  11. Thanks Virgilio. Vou procurar saber mais desse poeta. Abr.

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  12. Bravo João!!!!!



    Um abraço expectante pelos próximos 500!

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  13. Obrigado, Catarina. Com clientes como tu, motivação neste café é coisa que não vai faltar!

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  14. PARABÉNS!!! e obrigado nós, por nos deliciares com os seus posts sempre muito interessantes, com muita informação, bom humor, poesia e cultura.

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  15. Obrigado, Sisi, pela fidelidade e participação activa!

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  16. E tudo isto suspenso por um fio? Porkê?

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  17. Eu sei que isto vai te parecer assim meio lugar comum, mas cá vai: porque a própria vida está, ela também, suspensa por um fio.

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  18. Mas nao faz parte da tua personalidade o "viver por um fio". A tua personalidade é mais "corda bamba"... os pés estao ASSENTES e nao SUSPENSOS.
    Daí a "vida por um fio" nao ter sido aceite pelos meus neuronios

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  19. E os teus neurónios, desta vez, estão certos...

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