23/06/08

Cafeína





«Em Portugal, eu, que era menina, mulher, simpática, social, esquisita, tímida e extrovertida, boa aluna, interessada, curiosa, crioula, cabo-verdiana, descendente de madeirenses, guineenses, portugueses e ingleses, tornei-me numa coisa só: numa preta


Eileen Barbosa, aqui


19 comentários:

  1. Assim como a Eileen eu também só me dei conta que tinha uma cor, quando sai para estudar eheheheh

    mas como dizia um professor meu que era do Congo, "se eles acham que vou ofender-me, chatear-me, ficar triste por me chamarem de NEGRO/PRETO, problema deles. Eu sei o que sou e quem sou, e a cor da minha pele é somente isso: uma cor"

    ResponderEliminar
  2. Fui lá ler o post da Eileen e confesso que buliu um bocado com os meus nervos. Entendo a Eileen até porque sei que os meus conterrâneos são bastante ignorantes e que existe assim uma espécie de racismo latente que só se solta quendo estamos perante notícias na com. social em que se diz: "Dois indivíduos de raça negra"...pronto, tinham de ser pretos lá diz o belo do portuga de comando na mão para a mulher na cozinha a lavar a loiça.

    Enfim, isto é o país que portugal ainda é, infelizmente.

    De qualquer modo e generalizações à parte, também eu em Cabo Verde já me senti dessa forma, a Portuguesa, a branca independentemente de todas as minhas qualidades (que não interessam agora)

    Entretanto, talvez pelo nascimento da minha filha e do meu companheiro (cabo-verdiano) começei a sentir-me mais estruturada para ouvir e calar determinados comentários, embora por vezes ainda me venham as lágrimas aos olhos quando me fazem sentir que não sou daqui....é triste Eileen, eu sei!

    Um abraço
    Catarina Cardoso

    ResponderEliminar
  3. Oh Kuskas, mas o mais irónico é que nem acertam na côr! É preciso dizer-lhes, «é CASTANHO, CEGUETA, CASTANHO!» hehehe

    ResponderEliminar
  4. Como te compreendo, Catarina. Mas no meu caso é mais simples; sempre posso pensar que estão a referir-se ao meu nome! hehe

    ResponderEliminar
  5. isso jb,
    é tirar partido da situação.
    :)

    mas mulheres são mais sensíveis e magoam.se mais fácilmente

    1 kriolo, k tb tira partido dessas situações
    ;)

    ResponderEliminar
  6. Anónimo, quem te diz que «as mulheres se magoam mais»? Olha que não, olha que não...

    ResponderEliminar
  7. Eu também quando cheguei aqui em Portugal para estudar, senti assim, mas isso apenas me fez passar a ter mais orgulho da cor da minha pele... preta, mestiça, de cor, black, crioula, o que quizeram com muito orgulho. Para além disso, a Catarina tem razão, nós os caboverdeanos sabemos ser bem racistas quando queremos.

    ResponderEliminar
  8. Pois, e esse tema será mesmo abordado numa das próximas cafeanas. A rever...

    ResponderEliminar
  9. Querida Eileen (que por sinal nem conheço), esse pessoal não viu ainda que ser "preta" é muito mais sabe do que todos aqueles adjectivos anteriores???

    Mantenhas de Miami

    Alvaro

    ResponderEliminar
  10. Alvaro, se for mesmo assim, estou frito! Como é que fico nesta história? hehe

    ResponderEliminar
  11. Meu querido João, é que ser preto ou preta é ter a bela cor da alma crioula, não a cor da pele. Assim como esse café que diariamente nos serves, sem açucar, nem leite. Puro que nem o crioulo, pelo menos alguns...

    Mantenhas

    ResponderEliminar
  12. Grande Alvaro! Melhorou! Aquele abraço!

    ResponderEliminar
  13. Eu aprendi a mostrar que também tenho todas as outras qualidades e características. E vivo muito mais sorridente, descontraída e feliz assim, ensinando as pessoas a viverem na diferença, e fazendo com que os meus conterrâneos também aprendam a aceitar a diferença dos outros.
    AV

    ResponderEliminar
  14. «Em Portugal, eu, que era menina, mulher, simpática, social, esquisita, tímida e extrovertida, boa aluna, interessada, curiosa, descendente de madeirenses, guineenses, portugueses e ingleses, tornei-me numa coisa só: numa GAJA.»

    Isto é valido para Portugal e resto do Mundo. Nao importa a cor !

    ResponderEliminar
  15. Kaustica, hoje devo estar do contra. Não concordo...

    ResponderEliminar
  16. Com todo o direito. So kero saber o porkê da tua discordancia...Achas k a discriminaçao é um exclusivo para os Pretos? Ui ui

    ResponderEliminar
  17. Não, antes pelo contrário. A questão da diferença dos géneros é muito mais transversal, atinge todos os patamares da sociedade, todos os povos e inclusive, toda a história da Humanidade. A frase da Eileen tem uma aplicação muito mais clara quando utilizada como forma de mostrar o preconceito relativo à cor da pele... quanto ao género, é muito mais complicado. Enfim, sei que não fui claro, mas agora também confesso que não tenho muito tempo!

    ResponderEliminar
  18. Boa desculpa. Ok, eu gosto de ti, como tal ficamos assim...

    ResponderEliminar