28/03/08

Se houvesse um cinema...



Um extraordinário Tommy Lee Jones, em busca desse espelho, que encontra, onde vê o que não gosta (o que não contava ver). Um dos melhores filmes sobre o Iraque, um grande filme sobre a guerra, sobre a mentira, sobre o desespero, mas também sobre a fragilidade da natureza humana, essa condição tão próxima e tão irmã gémea dessa outra, a brutalidade.

Como se diz no filme (cito de memória): Por vezes procurar a verdade (ou encontrá-la, digo eu) não é o mais difícil. O problema está na aceitação ... ou na recusa.

Todos nós temos o nosso espelho algures à espera, ou o nosso encontro com Golias no Vale Elah.

Obrigado ZCunha


6 comentários:

  1. É um excelente filme sem duvida João pena que não temos um cinema em Sao Vicente, mas seguramente os "Piratas da net" já o disponibilizaram para a circulação ilegal. É pena que assim seja...



    Abraç tds

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  2. Não deixem de ver, se puderem. Reparem no elenco. De luxo!
    Esqueci-me de falar do Realizador. Tomem nota do nome. PAUL HAGGIS. Antes deste, realizou um outro must, 'CRASH' (não, não é o do David Cronenberg, de 1996), filme indispensável em qq videoteca (não esperem pelo cinema, façam como Maomé, se o cinema não vem até nós...).
    Este 'No Vale de Elah', teve uma triste carreira. Já não se encontra nas salas. Lembra-me um certo Jonathan Demme, com 'O SILÊNCIO DOS INOCENTES'. Uma obra prima que passou meteoricamente pelas salas, ignorado por quase toda a gente, e só depois dos Óscares foi reposto, com o sucesso que se sabe.
    Se Tommy Lee Jones tivesse levado (merecidamente) a estatueta, o filme estaria de volta às salas de imediato. Pena. A puta do business não perdoa.
    Bom cinema.
    ZC

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  3. Odair, recuso-me a ver filmes piratas. Eh pá, chamem-me purista, mas para além do facto de darem cabo dos leitores de DVD, não consigo deixar de pensar que o que se está a ver não é original. Prefiro esperar a saída em video mesmo!

    ZCunha, o Crash de Paul Haggins é um filme com um dos mais geniais argumentos da história do cinema moderno. Fenomenal mesmo. E concordo contigo, mesmo não tendo visto nem um nem outro: o Tommy merecia o óscar em vez do Daniel, num papel que me pareceu - via tralha - demasiado parecido com o que ele havia feito nesse filme barroco e genial, chamado «Gangs de Nova Iorque», desse outro génio Scorcese. Que acabaria por - finalmente - ganhar um óscar com um filme menor...

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  4. Eu também recuso a ver filmes piratas, o que queria dizer é que a pirataria leva a que às pessoas ficam cada vez menos exigente em termos de qualidades, e é isso que se verifica em Cabo Verde actualmente, uma pobreza de espírito critico, ao que eu fiquei surpreendido com os resultados sobre o grau de satisfação das emissões da TCV, realizadas recentemente. Custa-me um bocado aceitar os resultados.

    Este domingo por volta das 09h 40 de Portugal na RDP África no programa – PARA LÁ DO ASFALTO – ira passar uma reportagem sobre o estado da pirataria em Portugal, ao ponto há que chegamos, e Cabo Verde não foge a regra. Se puderes assiste ao programa.



    Abraç tds

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  5. Convido-vos a visitar o blog "MOMENTOS", e a ver no post de 18-03-2008 "Cinema e cinema" a magnífica fotografia com Tommy Lee Jones e Susan Sarandon. Essa foto, é quase uma síntese perfeita da atmosfera do filme. Olhem devagar, vejam demoradamente, e reparem naqueles dois rostos. Aqueles dois extraordinários rostos, lugares da mais absoluta desolação, LUGAR DO MAIS ABSOLUTO E RADICAL FINGIMENTO. (Fingem tão bem que é dor a dor que deveras (não) sentem, que transformam o acto de representar em PURA POESIA). Neles encontraremos as respostas às perguntas essencias que o filme (nos) coloca.
    Dois seres, duas almas dilaceradas, amparando-se na queda irreversível do seu mundo. Dois rostos depois da tempestade, ou dois rostos que são já o prenúncio dela? Pouco importa quando já nada será como dantes.
    Efeitos colaterais, AT HOME, da guerra do Iraque.
    Será que ela o abraça?
    Será que ela o segura?
    Será que ela se despede?
    Também um abraço pode ser um território de desencontros. Quem diria.
    Tal como "Crash" (essa outra jóia rara de Haggis) é um imenso, e insupeitável, território de (re)encontros.

    Tal este Café!

    Abç's, muitos, a todos os que deste território cafeano fizeram tb lugar de pertença.
    Pamó ka tem margós ki ka n'dôxa!

    Mantenhas!
    ZC

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