
Um homem de extrema pobreza, que não tinha mais que uma côdea de pão, aproximou-se da janela de uma cozinha e deixou embeber a sua côdea de pão no aroma requintado que subia dos fornos. Depois comeu-o.
O cozinheiro, que o tinha observado, mandou dois ajudantes agarrá-lo e pediu o preço do cheiro. Como o infeliz não podia pagar, os outros preparavam-se para o maltratar quando ele pediu:
— Algum de vós tem uma moeda? Que ma empreste por um momento.
Emprestaram-lhe uma moeda. Ele atirou-a para o chão de mosaico e disse ao cozinheiro:
— Escuta este barulho. Estás pago.
Jean-Claude Carrière in «Tertúlia dos Mentirosos»
Imagem: fotografia de Raul Alexandre, «Olhar Quadrado»
Desculpa João, mas o 'Lundumo' da Luisa deveria estar em post isolado. Texto inadequado. Às vezes acontece.
ResponderEliminarÉ que o raio do quadro, canta, fala, dança, grita, mexe, hipnotiza, ... Entendes?? Não se pode acertar sempre. É a excepção que confirma a regra.
Ab
Tens toda a razão. Dou o braço a torcer, e com ele ainda meio entortado, vou por as coisas no seu devido lugar. É mais uma das grandes vantagens dos blogues. Dá sempre para emendar a pena. Abr.
ResponderEliminarFabuloso, o texto.
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