29/01/08

Gota de Água



Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.

As lágrimas são minhas
Mas o choro não é meu.

António Gedeão


Imagem: «Tears from Sahara», Sue Anna Joe





2 comentários:

  1. Caro João
    Este Post não podia passar sem um comentário. Seria de extremo mau gosto, e imperdoável esta distração. A foto e o poema casam-se numa intimidade que transforma o teu próprio gesto num acto poético. Mais do que ter ficado extasiado, fiquei contagiado. Com um abraço amigo, e um muito obrigado por este blogopoema, cá vai:



    COM_PAIXÃO

    À memória de mestre Gedeão, e ao João Branco

    Quando choro choro por mim
    lágrimas minhas de um choro
    antigo, que também foi teu.

    Ninguém está só quando chora assim;
    quando um choro é do outro côro
    choramos sempre lágrimas d’Orfeu.

    Alexandre Cunha

    2008/FEV/06

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  2. Alexandre: muito me honras. Vou coloca-lo num post à parte porque acho que merece. Um abraço!

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