
A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, as tardias
Notas que não lerão os poucos dias
Que me restam, os naipes e o tabuleiro,
Um livro e em suas páginas a ofendida
Violeta, monumento de uma tarde,
De certo inesquecível e já esquecida,
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora.
Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas e taças, cravos,
Nos servem como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão muito além de nosso olvido:
E nunca saberão que havemos ido.
Jorge Luis Borges
Imagem: «Wrong» de Toyib
Meu Caro
ResponderEliminarObrigado pelos poemas visuais que vens publicando. Hoje o teu BLOG está particularmente feliz. Sempre difícil escolher entre poema (texto) e poema (foto).
Já que estás em tempo de sugestões, deixo-te mais esta. Constrói a tua FOTOGALERIA. O que tens dado ver merece-o.
1 Ab
José E. Cunha
ERRATA
ResponderEliminarHá pouco esqueci-me de te dizer isto:
Para que este 'post' (é assim que se escreve, e se diz??) estivesse perfeito, e sublinho a excelência do mesmo, só faltava como música de fundo "AMAR ELO (AFLOR)", in Badyo, do Mário Lúcio.
José E. Cunha
José Cunha: obrigado pelas simpáticas palavras e pela sugestão. Vou estudar essa possibilidade da galeira. Ah e concordo com a sugestão de acompanhamento musical! 5 *****
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